sexta-feira, 5 de março de 2010

Xutos & Vendaval

Romariz, 2 - Várzea, 1 (Amadores Honra - AFP)



Xutos & Vendaval. Não, este não é o nome de uma nova banda rock portuguesa. Estas são as duas palavras que definem na perfeição aquilo que de mais relevante aconteceu na vitória do Romariz sobre o Várzea. Xutos, porque foram os pontapés e as chapadas a fórmula que os jogadores encontraram para quebrar a monotonia. Esta situação acabou mesmo por ser o momento mais marcante do jogo, pois levou à expulsão de quatro jogadores, quando faltavam jogar cerca de 15 minutos. Vendaval, porque o forte vento que se fez sentir, tornou praticamente impossível praticar-se futebol e pelas incidências caricatas que provocou ao longo dos 90 minutos. Levou, inclusive, à interrupção da partida algumas vezes, ora para colocar a bandeirola de canto, que teimava em voar para a mata, ora para colocar as redes da baliza, que se soltaram das argolas. E, até mesmo para marcar os pontapés de baliza ou os livres era necessária a intervenção de dois jogadores. Um para segurar a bola com a mão e o outro para a pontapear. Situações excepcionais numa partida de futebol atípica.
Numa tarde de sábado de condições impróprias para a prática de futebol (em Lustosa e Custóias os jogos foram adiados), naturalmente que se tornou quase impossível os jogadores trocarem a bola entre si. Não foi pois de estranhar que a primeira oportunidade de golo digna de registo acontecesse só à passagem da meia-hora, com Filipe Raça, em posição frontal a rematar para uma defesa atenta de Flávio. Curiosamente e ainda na sequência deste lance, o Romariz inaugurou o marcador. O esférico regressou à grande área e Nóbrega com um remate em rotação atirou para a baliza. Jardel estava no caminho da bola e tinha tudo para evitar o golo, mas o vento traiçoeiro "obrigou-o" a pontapear a bola de raspão e a introduzi-la no fundo das redes.
Volvidos cinco minutos e na segunda vez que a bola chegou junto da baliza dos felgueirenses, os locais aumentaram a vantagem. Sérgio Carneiro cruzou da direita, Nóbrega recebeu de costas e deixou para um primeiro remate de Flávio, contra um defesa, mas na recarga o avançado dos lousadenses assinou um golo de belo efeito. Dois golos em duas oportunidades, uma eficácia a 100%.



Os forasteiros apresentaram-se nesta partida com apenas 11 elementos, um "handicap" que aliado ao facto da equipa da casa jogar a favor do vento, deixava antever uma segunda parte de maior domínio dos locais, mas foram os felgueirenses que se adaptaram melhor às circunstâncias.
Aos 54 minutos, Jardel esteve muito perto de se redimir do auto-golo, mas bem colocado atirou fraco e à figura de Benoit. Na resposta, Bráulio teve uma arrancada pelo corredor direito e já dentro da grande área rematou cruzado, mas o esférico saiu muito ao lado.
No minuto seguinte, Mota tentou controlar o esférico, uma tarefa arriscada perante o estado do tempo e acabou por ser desarmado por Gastão, que depois obrigou Benoit a uma defesa complicada. Ainda nesta mesma jogada, os felgueirenses beneficiaram de um livre indirecto dentro da grande área, mas Benoit redimiu-se do erro e ofereceu o "corpo às balas", evitando o golo dos forasteiros, que acabou por surgir cinco minutos depois. Hulk, viu o adiantamento do guardião da casa e do meio campo efectuou um balão que só parou no fundo das redes, Benoit ainda chegou a tocar na bola, mas foi insuficiente para travar a trajectória.
Cinco minutos depois, Hulk voltou a ganhar a Benoit e tirou um cruzamento/remate que se dirigia para a baliza deserta, mas o juiz de linha já havia dado indicação de fora de jogo.
A 12 minutos do fim do tempo regulamentar e sem que nada o fizesse prever (a partida estava a ser disputada com lealdade, apenas um cartão amarelo até ao momento) os jogadores envolveram-se numa cena de pancadaria que ditou a expulsão de quatro atletas, dois de cada lado.
Até ao final registo apenas para um livre directo de Flávio a rasar o poste da baliza defendida pelo seu homónimo.

Carlos Mota (Publicado in TVS)

Sem comentários:

Enviar um comentário