quarta-feira, 3 de julho de 2013

Equipa venceu pela terceira vez este troféu, dois deles conquistados frente ao Aveleda e sempre nos penáltis

Nevogilde conquistou Taça D’Trivela


Depois de um final de campeonato onde perdeu o título nas últimas três jornadas, a redenção do Nevogilde acabou por chegar, com a conquista da Taça D' Trivela frente ao Aveleda, naquela que foi a quarta final entre os dois emblemas. Tal como em 2010/11 a decisão só foi encontrada na marcação de pontapés da marca dos onze metros e mais uma vez a favor do Nevogilde. Feitas as contas o Nevogilde conquistou a 3.ª Taça D´Trivela, duas delas frente ao Aveleda, enquanto o Aveleda conta no seu palmarés, para além de dois títulos de campeão, com duas supertaças ganhas precisamente frente ao Nevogilde, uma nos penáltis e outra pela diferença mínima, com golo de Miguel Dias. Assim, as duas equipas encontram-se igualadas em termos de jogos decisivos entre elas (2 troféus para cada lado).
Refira-se ainda que a outra taça do Nevogilde foi ganha sobre o Figueiras, num jogo realizado no antigo Estádio Municipal e foi também contra o Figueiras que o Aveleda perdeu a sua terceira supertaça, no início desta temporada, igualmente nas grandes penalidades.
Debaixo de um calor abrasador, as equipas entraram preocupadas em perceber a estratégia do adversário e foi só perto do intervalo que surgiu a primeira ocasião digna de registo, quando aos 39 minutos, numa incursão de Zé Carlos que atirou contra Fábio Sousa e na sobra Messi tentou o remate colocado, mas o esférico saiu ligeiramente ao lado da baliza de Rabeca, após sofrer um desvio em Rui Vilelas.
Na segunda parte, Messi voltou a mostrar-se o mais inconformado da turma do Nevogilde e aos 49 minutos, lançado em profundidade por Leandro, disparou um potente remate para uma defesa a dois tempos do guardião do Aveleda. Na sequência do pontapé de canto Messi voltou a estar em destaque e saltou mais alto que os defesas rivais e, com um cabeceamento, levou a bola a passar muito próximo do ferro.

Os pupilos de Rui Sequeira reagiram aos 53 minutos. Toninho apareceu solto na esquerda e rematou violento na direção da baliza, mas Tinaia, em jeito de pronto-socorro, deu o corpo às balas e evitou o golo. Este foi o melhor período do Aveleda, mas aos 62 minutos, os papéis inverteram-se e numa das melhores jogadas coletivas foi o Nevogilde que esteve perto de marcar. César combinou com Messi que, perante a saída de Rabeca, deu de calcanhar para Tinaia e este fez um chapéu ao guardião, mas Monteiro com um corte providencial, evitou o golo em cima da linha de baliza.
Aos 66 minutos, Campos foi forçado a abandonar as quatro linhas por lesão, levando à entrada de Luís Nunes. No Aveleda, Rui Sequeira trocou Rui Vilelas por Bruno Tarik, mas ambas as equipas não conseguiram evitar mais 30 minutos de tempo extra.
No prolongamento, o Nevogilde entrou melhor e aos 96 minutos, Tinaia tentou a sorte com um remate de meia distância para uma defesa atenta de Rabeca. Dois minutos depois, Messi também tentou um remate colocado e quase surpreendeu o guardião do Aveleda.
A segunda parte do prolongamento foi mais equilibrada mas aos 112 minutos, assistiu-se ao melhor lance do jogo. Tinaia enquadrou-se com a baliza e rematou colocado ao ângulo, mas Rabeca brilhou com um voo monumental a desviar a bola para canto.
O jogo foi mesmo para as grandes penalidades e a sorte, ou maior concentração, voltou a sorrir ao Nevogilde. Do lado do Aveleda só Luís Silva conseguiu concretizar a grande penalidade, curiosamente o jogador que ficou ligado pela negativa na derrota com o Figueiras para a supertaça, ao falhar dois penáltis, um no tempo regulamentar e outro na decisão final. Pelo Nevogilde marcaram Tinaia, Pedro Bessa e Daniel "Tufa". Rabeca ainda defendeu a tentativa de Zé Carlos, mas de seguida Xoxino seguiu o exemplo de Monteiro e Ricardo Sousa e nem sequer acertou na baliza, dando início aos festejos do Nevogilde.


Hélder Andrade
Treinador do Nevogilde

"O nosso objetivo estava focado em ganhar o jogo nos 90 minutos, porque sabíamos que não ia ser fácil, quer para uma equipa quer para a outra, jogar 120 minutos e um golo poderia ser decisivo. Não conseguimos marcar nos 90 minutos, nem no prolongamento, mas fomos mais felizes, se é assim que se pode dizer, nas grandes penalidades. Quero deixar uma palavra de apreço para o Aveleda que foi um digno vencido".
O treinador do Nevogilde falou ainda de algumas das debilidades do plantel que foram notórias ao longo da temporada: "A equipa do Nevogilde é muito jovem e com muito ainda para aprender e também carente de um bom finalizador, um jogador de área, o chamado matador. Com o cansaço e ter de depender dos médios e dos defesas para fazer golos, nem sempre é fácil. Tivemos boas oportunidades, mas não conseguimos marcar e o guarda-redes do Aveleda também esteve bem num remate do Tinaia. Mas o futebol é assim e é isto que dá emoção ao jogo".


Tinaia
Capitão do Nevogilde

"Foi uma vitória muito suada, porque defrontámos uma boa equipa e se formos ver o histórico dos confrontos entre os dois clubes é sempre decido no prolongamento ou nos penáltis. Apesar de o Aveleda ter terminado em 5.º lugar no campeonato, continuo a dizer que tinham equipa para lutar pelo título, tal como nós. Acabámos por ser felizes, mas fizemos por o merecer. Valeu a pena lutar e suar por esta camisola".
Tinaia referiu que este acabou por ser um prémio para aquilo que a equipa fez durante a época: "Nós, Nevogilde, nunca desistimos. Tivemos problemas nesta fase final, com lesões e castigos, mas a equipa é jovem e lutou sempre até ao último minuto. Não deu para mais…paciência, para o ano estamos cá para lutar para ser campeões, se for possível".
Visivelmente emocionado, Tinaia, envergou uma camisola com a imagem do Joaquim Bessa "Capacho", o ex-capitão do Figueiras que faleceu vítima de um acidente de trabalho: "Trabalhava comigo é meu primo e não tenho palavras para explicar o sentimento, apenas para lhe dedicar a vitória e mandar-lhe um abraço".


Messi
Melhor jogador da final

"Triunfo muito importante por tudo o que se passou connosco. Tivemos um ano muito complicado, com saída de jogadores preponderantes ao longo da época e quero dedicar esta vitória ao nosso capitão, Diogo, que está a trabalhar em França".
Messi que foi eleito o melhor jogador da final, preferiu dividir os louros com a equipa e avançou que por sua vontade irá permanecer na próxima temporada: "É sempre bom receber prémios individuais, mas eu trabalho para ajudar a equipa e este prémio é de todos os meus companheiros".

Costinha
Capitão do Aveleda

"Nos penáltis é sempre uma sorte, embora hoje também possa dizer que fomos incompetentes a marcar os penáltis, mas é normal. Custou perder assim, pois acho que merecíamos vencer nos 90 ou até nos 120 minutos, até porque o Nevogilde elaborou uma estratégia para as grandes penalidades, isto não é uma crítica, apenas utilizaram isso e tiveram sorte. A equipa não entrou adormecida, apenas tentou perceber como o adversário ia jogar. Sabíamos que teríamos de gerir o nosso esforço por causa do calor e do sintético, pois não estamos habituados a jogar nestas condições e a estratégia do treinador foi essa: aguardar pelo que eles iam fazer e a partir daí desenvolver o nosso futebol".
Sobre a temporada, Costinha fez um balanço negativo: "Éramos os campeões em título, estámos constantemente nas finais das taças e das supertaças, portanto quando ficámos em 5.º no campeonato e perdemos uma final a época nunca é positiva, mas também não podem ganhar sempre os mesmos. A partir do momento que percebemos que não chegávamos ao 1.º lugar e equipa desmotivou e caiu na tabela classificativa. Hoje queríamos realmente ganhar, até porque esta é uma taça que falta no nosso palmarés".

Rui Sequeira
Treinador do Aveleda

"Houve uma desmotivação dos jogadores quando a equipa caiu na classificação. O treinador do Nevogilde disse que começou a época com 26 jogadores e agora para ter 18 teve de remediar e connosco passou-se a mesma coisa. Apesar de a nossa equipa não ser tão jovem como a do Nevogilde, havia jogadores que estavam habituados a ser treinados de uma maneira e as coisas comigo são de outra. Nunca treinei nenhuma equipa que convocasse jogadores pelo telefone e alguns deles estavam habituados a isso e talvez por isso tenha existido a desmotivação. Jogavam quer treinasse ou não e no final da época estas coisas vêm ao de cima. Balanço muito negativo. A partir da segunda volta a equipa não assumiu a liderança que trazia da época passada. Se houvesse o querer de todos os jogadores, as coisas não chegavam a este ponto. Porque eles sabem jogar, 90% dos jogadores do Aveleda tiveram formação e sabem que no futebol há altos e baixos, mas temos que saber lidar com essa pressão e alguns deles não souberam".  

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