Encerrou com chave d'ouro a presente edição do Troféu Norte de Offroad que teve a sua derradeira jornada no passado domingo, na pista da Costilha (Lousada), a casa desta competição, sendo exclusivamente organizada pelo Clube Automóvel de Lousada.
Apesar de alguns títulos estarem já virtualmente entregues não faltaram motivos de interesse nesta prova, a começar pela excelente lista de inscritos, a ultrapassar a meia centena de pilotos (incluindo muitos espanhóis), até ao número de espetadores, de longe a melhor assistência registada nas cinco jornadas. Carambolas, finais disputadíssimas, picardias entre pilotos e confusão nos regulamentos na atribuição do título da categoria de tração traseira foram outros dos pólos de atração.
Nos kartcross, o pacense Sérgio Castro já havia revalidado o título na ronda anterior, mas nem por isso esta deixou de ser uma das corridas mais emotivas e que contou, ainda assim, com um bom número de pilotos. Com conduções a proporcionar grandes momentos de espetacularidade, cedo se percebeu que Sérgio Castro iria ter forte oposição dos espanhóis Joaquim Amil e David Abraldes que se estrearam no campeonato, por só agora terem conhecimento do mesmo. Apesar da melhor volta pertencer ao pacense, com 40s.461ms, a vitória na final foi para o espanhol Joaquim Amil que largou da primeira posição, mantendo-a até à bandeirada de xadrez, mesmo sofrendo forte pressão de Sérgio Castro. Mais atrás, Bruno Silva liderava o pelotão, mas à quinta volta foi obrigado a desistir, deixando o último lugar do pódio a ser disputado por David Abraldes e Carlos Sousa, com o espanhol a levar a melhor.
Classificaram-se ainda, João Moutinho (5.º), Nuno Bastos (6.º), Adão Machado (7.º) e Bruno Silva (8.º).
Nos carros de tração dianteira (classe A), a indefinição quanto ao vencedor do campeonato ficou mesmo antes desta jornada decidida, face à ausência de Fábio Silva (falecimento de um familiar impossibilitaram-no de participar) que tinha ainda esperanças de "roubar" o título ao outro lousadense, Nuno Foguete. Assim, o piloto do Citröen AX, que durante as qualificações exibiu-se ao seu nível habitual, nem sequer concluiu a final, abandonando na terceira volta, num fim-de-semana dominado totalmente por outro lousadense, Celso Moura. O piloto do Peugeot 205, que está a competir no Open de Ralis, aproveitou para matar saudades do ralicrosse e não teve adversário à altura, deixando para os restantes as outras decisões, até mesmo nas que envolveram confrontos físicos, entre o segundo e o quarto classificado. Os dois pilotos aos comandos dos Suzuki Swift disputaram um intenso duelo pelo segundo lugar, com Diogo Nogueira a aproveitar uma "aberta" de José Batista para assumir esse posto. Mais atrás, o jovem lousadense Hugo Soares, atento ao despique entre os dois, também beneficiou dessa ultrapassagem para assumir o último lugar do pódio, relegando José Batista para o 4.º posto. Classificaram-se ainda, Augusto Faria (5.º), André Carvalho (6.º), Bruno Almeida (7.º), Nuno Foguete (8.º) e Óscar Nunes (9.º).
A classe B, dos carros de tração dianteira, voltou a ser a mais participada de todas e como tal assistiu-se a mais um arranque infernal na final, com 12 carros em pista. No entanto, também nesta classe o título já havia sido virtualmente conquistado por José Pereira, face ao abandono prematuro, durante as qualificações, do mais jovem piloto da Multiclima, o único ainda com aspirações a ascender ao 1.º lugar. Esta final acabou por ser ganha por Ricardo Pereira que após rodar algumas voltas atrás de José Pereira, assumiu a liderança à 4.ª volta para nunca mais a largar. O último lugar do pódio ficou nas mãos de José Caetano que no Seat Ibiza, aguentou a posição perante o forte ataque de um dos Citröen AX da Multiclima.
Terminaram ainda, Manuel Alexandre (5.º), Adão Pinto (6.º), Vítor Magdaleno (7.º), Albano Magalhães (8.º), Fernando Catalina (9.º), Sérgio Policarpo (10.º) e Samuel Cardoso (11.º).
O único título decidido em pista foi o da tração traseira
Para o final do dia ficou reservada a final da única categoria que seria disputada num duelo em pista, a dos carros de tração traseira. Os dois jovens Rolando Azevedo e José Paulo Sousa estavam separados por dois pontos, com vantagem para o felgueirense no imponente Renault Clio que desde logo começou por aumentar a vantagem a cada volta cumprida ao traçado. Logo se percebeu que só um acidente ou uma avaria tiraria a conquista do título a Rolando Azevedo e a verdade é que na última volta o motor do Clio começou a falhar e o piloto de Baltar acabou por ultrapassar o rival na curva que antecede a reta da meta.Incrédulos os espetadores viram Rolando Azevedo perder o título por 1 ponto a escassos metros da meta, nada que entristecesse o felgueirense que mesmo vendo o troféu de campeão entregue ao rival, mostrou-se convencido que o segundo lugar era suficiente e como tal apresentou recurso e posteriormente foi-lhe dada a razão. É que das cinco provas, os pilotos têm de deitar uma classificação fora e neste particular Rolando Azevedo foi beneficiado com 6 pontos (entre as piores de ambos), vencendo assim o campeonato com uma vantagem de 5 pontos. José Silva completou o pódio, terminando à frente de Mário Barbosa e José Moreira.
Luís Freixo, o único que participou em todas as corridas e mais uma vez completou uma jornada em solitário, venceu naturalmente a categoria dos carros de tração total (4x4).
A celebrar os 25 anos de existência, o CAL, no sentido de recordar os velhos tempos, promoveu uma corrida de Pop Cross, reservada aos Citröen 2 cv e Dyane, que apesar de ter contado somente com dois inscritos é desejo da organização incluir esta categoria no próximo ano.
Carlos Mota
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