quinta-feira, 16 de junho de 2011

Europeu de Clubes - Masculinos (Challenge I) - Lousada garantiu manutenção



A jogar em casa, o Lousada terminou o europeu de clubes masculinos (Challenge I), que corresponde à terceira divisão, no 5.º lugar e garantiu a continuidade de uma formação portuguesa nesta divisão. Por sua vez, o União de Lamas, outro representante luso, acabou na 7.ª posição e consequentemente desceu ao Challenge II. A turma comandada por Américo Resende teve uma prestação muito abaixo das expetativas para este campeonato da Europa, perdendo todos os encontros, inclusive duas derrotas pesadas, que poderão pesar no subconsciente dos atletas para o jogo de domingo, novamente frente ao Lousada, referente ao campeonato nacional.
Importa salientar que a conquista do Lousada foi apenas prestigiante e motivadora para o jogo decisivo que se avizinha, pois contribuiu para o ranking do país e não do clube. É, que apesar de conseguirem a manutenção no Challenge I, isso não garante que sejam os lousadenses a representarem Portugal nesse escalão. Esse lugar está reservado ao campeão nacional, que até poderá ser o União de Lamas. A acontecer esse cenário, o Lousada nem sequer iria competir no europeu de clubes do próximo ano, pois a vaga referente ao Challenge II, será ocupada pelo vencedor da Taça de Portugal, que este ano foi o Lamas. Assim sendo, o representante luso, nesta divisão, seria a Académica de Espinho, finalista derrotada da taça.
A participação dos lousadenses acabou por corresponder às expetativas. A equipa começou a prova com uma derrota, que até pode ser considerada ingrata, tendo em conta que teve a vitória na mão e a deixou fugir nos derradeiros minutos, frente ao Mladost (única equipa a vencer todos os jogos da fase de grupos). No segundo dia, os anfitriões golearam os eslovenos do Pliva Lipovci e partiram para o último dia da fase de grupos com as esperanças em aberto, quanto à possibilidade da subida de divisão. Contudo, a derrota com os suíços, relegou os lousadenses para a luta pela permanência, curiosamente, a disputar com o União de Lamas. Este foi o segundo jogo decisivo entre as duas equipas que dominam o hóquei nacional e a balança voltou a pender para o Lousada, tal como havia acontecido no domingo anterior.
Relativamente às equipas que ascenderam ao Trophy, de nada valeu a superioridade do Mladost na fase regular. Os croatas venceram os três encontros iniciais, mas claudicaram no jogo decisivo frente aos austríacos do Arminen, que receberam a companhia do suíços do Servette na caminhada para a segunda divisão europeia.
Vítor Valinhas
“cumprimos um dos objetivos”

Vítor Valinhas, presidente da secção de hóquei da ADL mostrou-se, obviamente, satisfeito pelos resultados alcançados que vieram de encontro à meta inicialmente proposta à equipa e destacou a excelência como toda a competição decorreu: "Este não foi um campeonato fácil, mas cumprimos um dos objetivos que era mantermo-nos na mesma divisão. Este evento decorreu muito bem, quer em termos organizativos, de acordo com o que nos foi comunicado, tanto pelos atletas como pelo diretor do Torneio, quer em termos desportivos, pois assistiu-se a jogos de qualidade elevada".
A organização contou ainda com o apoio da autarquia e, por isso, o vereador do desporto, Eduardo Vilar, salientou a importância que a modalidade tem no concelho: "O hóquei é uma tradição em Lousada e que traz até ao concelho equipas nacionais, mas sobretudo de outras nacionalidades que se assumem como grandes instituições. É sempre um gosto verificar que estamos a jogar com os melhores. O convívio, a troca de experiências, o conhecimento de culturas diferentes e o fair-play assumem-se como a maior motivação para que continuemos a acreditar neste tipo de eventos, nomeadamente desportivos".



RESUMO DIA 1
Portugueses entram com o pé esquerdo

Os clubes portugueses começaram com o pé esquerdo a sua participação no europeu de clubes. O União de Lamas foi o primeiro dos emblemas lusos a entrar em ação, tendo averbado uma pesada derrota frente ao Arminen (6-0). Ao intervalo os austríacos já venciam por 3-0 e apesar da tentativa de inverter os acontecimentos, os homens de Santa Maria de Lamas depararam-se com a forte organização dos austríacos e sofreram mais três golos na etapa complementar.
No último jogo do dia, o Lousada defrontou o Mladost e apesar de ter estado a vencer até perto do final não foi capaz de segurar o triunfo. O início da partida trouxe logo dois golos, um para cada lado. Aos 3 minutos, Domagoj Cefko aproveitou uma má opção de Pedro Alves e assistiu Abramovic que abriu o ativo. A resposta dos lousadenses não se fez esperar e no minuto seguinte Brubo Santos cruzou para o segundo poste e Hélder Gonçalves restabeleceu a igualdade, resultado com que se chegou ao intervalo.
No inicio da segunda metade, Diogo Rodrigues a passe de João Santos colocou os anfitriões pela primeira vez no comando do placard. Contudo, nos instantes finais, os jogadores lousadenses tentaram defender a vantagem e usaram e abusaram dos lances individuais e permitiram várias recuperações de bola ao adversário. E, foi em jogadas de contra ataque originadas por perdas de bola a meio campo dos lousadenses que os croatas efetuaram a reviravolta. Abramovic bisou no jogo, após mais um grande trabalho de Cefko na direita, ele que foi o autor do grande momento da tarde, ao passar por diversos atletas lousadenses antes de fazer o terceiro golo e confirmar a vitória da sua equipa.
Nos outros encontros do dia o Slávia de Praga derrotou os galeses do Cardiff (3-1), enquanto que os suíços do Servette e os eslovenos do e Pliva Lipovci empataram a duas bolas.

RESUMO DIA 2
Primeira vitória lusitana

Depois de quase ter conseguido surpreender frente à poderosa formação do Mladost o Lousada alcançou o primeiro triunfo da prova, frente ao Pliva Lipovci. Os eslovenos até chegaram ao intervalo a vencer, fruto de um golo do capitão Mesaric, na sequência de um canto curto.
Todavia, na etapa complementar os anfitriões encetaram aquela que foi a maior reviravolta de toda a prova. Os lousadenses regressaram do balneário com outra atitude e valeram-se da destreza dos seus jogadores mais experientes para conquistar a vitória. Aos 49 minutos, Bruno Santos, numa jogada individual, fez o que quis da defensiva oposta e meteu no irmão Marco que de primeira assistiu Diogo Rodrigues para o golo da igualdade. Estava dado o tiro de partida para a recuperação e aos 51 minutos, Leandro Morais, em mais um dos seus famosos mísseis após os cantos curtos fez o segundo golo. Dois minutos depois Bruno Santos dilatou a vantagem e aos 66 minutos, Marco Santos sentenciou o resultado.
Quanto ao União de Lamas, ainda não foi desta que conseguiu vencer, tendo averbado nova goleada, desta vez frente aos checos do Slávia de Praga (7-0). Os portugueses ainda conseguiram aguentar a desvantagem mínima até ao intervalo, muito graças às intervenções do seu guardião, Roberto Nogueira, que foi adiando o inevitável.
Após o reatamento o Lamas foi surpreendido com o segundo golo e depois de ter desperdiçado vários cantos curtos para reduzir a desvantagem, sofreu o terceiro golo que acabou de vez com as aspirações de um resultado positivo. A partir daí a equipa lusa abriu mais espaços na sua defensiva, que os checos souberam aproveitar para construir a goleada perante um Lamas completamente desconcentrado e excessivamente nervoso.
No segundo jogo de sexta-feira, os austríacos do Arminen e os britânicos do Cardiff protagonizaram um dos duelos mais equilibrados da competição, com o golo da vitória austríaca a surgir nos instantes finais da partida. Os galeses estiveram a vencer com um tento de Tim Jones, aos 11 minutos, na marcação de um canto curto, mas com o decorrer da partida, foram perdendo o fulgor e o adversário foi ganhando confiança suficiente para ganhar posição em campo. Aos 54 minutos, Eltenberger empatou o jogo e perto do final, Ptersen marcou o golo da vitória, na sequência de um canto curto.
A partida entre o Mladost e o Servette terminou com a vitória dos croatas, naquele que foi um duelo entre as duas melhores equipas em prova e cujo único golo foi da autoria de Hanzek, que deu o melhor seguimento a uma assistência perfeita de Cefko.


RESUMO DIA 3
Lousada perde com Servette e encontra Lamas no jogo decisivo

Para o último dia da fase de grupos, as equipas portuguesas partiram com objetivos distintos. O Lousada procurava frente aos suíços do Servette um triunfo que deixava a equipa ainda com esperanças de lutar pela subida de divisão, enquanto que o União de Lamas tentava, frente ao Cardiff, a primeira vitória e o terceiro lugar, evitando assim encontrar, no jogo decisivo, os suíços ou os eternos rivais nas competições internas.
Os homens de Santa Maria de Lamas foram os primeiros a entrar em ação e apesar das várias oportunidades criadas não conseguiram marcar e foi já na etapa complementar que os galeses marcaram o único tento do jogo, por intermédio de Hutchinson.
O Lousada jogou novamente às 17h00, numa partida que registou uma boa casa. Mas, nem com o apoio dos adeptos os lousadenses foram capazes de bater a forte formação helvética que chegou ao golo aos 14 minutos, num golpe acrobático de Gisin.
Os locais não desanimaram e ainda antes do intervalo igualaram a contenda. Num canto curto cobrado por João Santos, Bruno Santos devolveu o esférico para a linha de fundo e João rematou com êxito.
Contudo, na segunda parte, os suiços souberam anular os pontos forte do Lousada e em ataques rápidos, marcaram por duas vezes confirmando o segundo lugar do grupo e a possibilidade de disputar a subida.
Os austriacos do Arminen e os checos do Slávia de Praga partiram para o derradeiro jogo da fase de grupos empatados (10 pontos) e a lutar pelo primeiro lugar. Este encontro foi o único da fase de grupos que terminou com uma igualdade (3-3), beneficiando a formação da República Checa, que marcou mais dois golos que a congénere austríaca.
No grupo do Lousada o Mladost despachou o Pliva Lipovci por 4-1, sendo a única equipa a vencer todos os jogos.


RESUMO DIA 4
Portugueses: um desce o outro sobe

Terminada a fase regular, os primeiros e segundos de cada grupo cruzavam entre si para disputar os dois lugares de acesso ao Trophy, enquanto que terceiros e quartos lutavam por não descer ao Challenge II. Quis o destino, ou melhor, os resultados da fase regular que as duas equipas portuguesas se encontrassem. Uma conjuntura que garantia desde logo a continuidade de uma formação lusa no terceiro escalão europeu, mas por outro lado, uma obrigatoriamente, seria despromovida ao quarto escalão.
O Lousada que ainda na semana anterior levou de vencida os lamacenses voltou a provar que atravessa um melhor momento de forma, vencendo pela diferença mínima (6-5), apesar de ao intervalo a vantagem ser mais dilatada (5-2).
A partida teve um inicio frenético, tendo sido marcados cinco golos no primeiro quarto de hora. Bruno Santos abriu as hostilidades com um bis e deu uma vantagem confortável para os da casa. No entanto, a resposta do Lamas foi imediata e Zinho a passe de André vivas reduziu. Depois foi a vez de ambas as equipas mostrarem serviço na marcação de cantos curtos, com Leandro a faturar para o Lousada e Zinho para o Lamas. Mas, ainda antes do intervalo, os lousadenses dilataram a vantagem com mais dois golos, primeiro por Nelson Oliveira, após um excelente trabalho de marco Santos e depois por Leandro, na sequência de um canto curto.
Após o reatamento, o inevitável Catita voltou a marcar para o Lamas e relançou a discussão no resultado, mas pouco depois numa das melhores jogadas do encontro, Hélder Alves finalizou com êxito uma combinação perfeita entre Bruno Santos e Leandro. Nos últimos dez minutos, o Lamas marcou por duas vezes, ambas de canto curto, mas o Lousada segurou o triunfo.

César Marques/Carlos Mota

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