Depois das boas indicações dadas aquando da atribuição da carta profissional e da estreia em competição, na pista de Baltar, o bracarense Nelson Rocha confirmou os predicados para esta modalidade ao vencer duas rondas consecutivas, a de Santo André, no Alentejo e a de Lousada, disputado no passado fim de semana, na pista da Costilha.
Este circuito é sem dúvida a "casa mãe" do drift em Portugal e as bancadas do Eurocircuito voltaram a registar uma boa casa, para uma prova que desde muito cedo ficou sem dois dos principais concorrentes, Hugo Fernandes e Paulo Correia, com problemas de motor. Posteriormente, Firmino Peixoto, que à partida para esta jornada se encontrava na vice-liderança, acabou por ficar fora das batalhas, por não cumprir rigorosamente com o estipulado pelos juízes, apesar de ter evidenciado uma condução perfeita.
Perfeito esteve o vencedor da ronda lousadense. Nelson exibiu uma condução firme como uma rocha e deslizante como manteiga, fazendo as curvas em slide, com um maior à vontade revelado por muitos condutores "domingueiros", em linha reta.
Hugo Cunha foi o primeiro a dar espetáculo, com a impressionante carrinha BMW, vencendo as qualificações à frente do miúdo André Silva e Nelson Rocha, mas foi eliminado logo na primeira batalha, por Carlos Veiga. André Silva perdeu nos 1/4 de final para Miguel Palmeira e Nelson Rocha venceu o outro jovem em competição, Diogo Correia, tendo sido necessária nova passagem para desempate. O outro lugar nas meias-finais foi ocupado pelo campeão em título, José Lopes, que levou a melhor sobre Vítor Mota.
Na primeira meia-final, José Lopes não deu hipóteses a Miguel Palmeira, enquanto que na outra, Carlos Veiga deu grande luta a Nelson Rocha. Contudo, na primeira volta do desempate, o piloto da ADT entregou de "mão beijada" o passaporte à eliminatória seguinte ao fazer um pião.
Na atribuição do 3.º e 4.º lugares, Carlos Veiga voltou a complicar e deixou o último lugar do pódio para Miguel Palmeira, pelo facto de fazer novamente um pião. A final dos profissionais, foi discutida entre dois amigos e vizinhos, com Nelson Rocha a superiorizar-se a José Lopes, não sem antes ter sido necessário cumprir mais duas voltas de desempate.
Com este triunfo, Nelson Rocha cimentou a liderança no campeonato, aumentando para 25 pontos a diferença para Firmino Peixoto, que era de apenas 3, antes desta ronda. Na terceira posição encontra-se agora José Lopes, com 53 pontos.
No final, o vencedor mostrou-se satisfeito e até surpreendido: "Não estava à espera de em tão pouco tempo conseguir estes resultados. Tinha como objetivo terminar entre os 10 primeiros e isto está muito acima das expetativas que tinha para o drift", confessou o piloto que relembrou a amizade com o outro finalista e colocando de parte a tentação de lhe roubar o título: "O Lopes é uma pessoa que gosto muito. É meu vizinho, moramos a cerca de 200 metros um do outro e é sobretudo uma amizade que nos une. Por isso, fiquei muito satisfeito de lutar pelo primeiro lugar com ele, mas não pensei em suceder-lhe no título de campeão. Para já vou manter o meu objetivo inicial, que depois tudo o que vier a mais será sempre bem-vindo".
Uma performance que exemplifica a adaptação exemplar que o heptacampeão de kartcrosse ao drift. Nelson Rocha falou ainda das características especiais da pista da Costilha: "Estamos perante uma boa pista. Depois tem o reverso da medalha, pois não perdoa os pequenos erros, pelo facto de ter os raids muito próximos, mas por outro lado gera mais adrenalina".
Nuno Silva venceu Amadores
Na classe de Amadores, a final foi disputada entre Nuno Silva e Sandro Dias, que teve a aliciante extra de desempatar a classificação geral, pois à partida para esta jornada, os dois estavam empatados na liderança. Nuno Silva da ADT acabou por ser ligeiramente melhor, vencendo apenas pela diferença de 2 pontos.
O último lugar do pódio pertenceu a Pedro Mota que não teve dificuldade de bater Manuel Jerónimo, que com claros problemas de direção, saiu duas vezes fora de pista.
Carlos Mota
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