No domingo realizou-se a prova europeia, nas classes amadores e profissionais e duarnte as qualificações foram muitos os momentos inebriantes para o público, como são sempre os acidentes espetaculares.
A grande surpresa aconteceu na classe amadores, com Eduardo Ferreira a sagrar-se campeão europeu. O piloto integrado na equipa da "FF Team" surpreendeu tudo e todos, pois nem sequer participou no campeonato nacional e surgiu nesta prova como "outsider". Na derradeira batalha, o português beneficiou de um aparatoso choque do inglês Mark Lappage, na segunda passagem, isto depois de empatarem na primeira. Ao último lugar do pódio subiu Richy Emery, que necessitou de duas rondas de desempate para vencer Andrew Arnott.
Na classe profissional, destaque para os melhores tempos das qualificações de Nelson Rocha e Declan Munnelly, que curiosamente tripulavam carros (pelo menos as carroçarias) da "velha guarda", o Opel Kadett e o Ford MK2, ambos com 88 pontos, seguidos de perto dos portugueses Vítor Mota (87), José Lopes (86) e do espanhol Luiz Lopez (86).
Contudo, o azar voltou a bater à porta do bracarense Nelson Rocha. Qualificado para os 1/8 de final, o português voltou a sentir problemas no diferencial do Opel (já tinha sido trocado depois da prova ibérica) e nem sequer alinhou na batalha com Danny Eyles, que nesta prova alinhou pela equipa bracarense da ByPower, a mesma do miúdo André Silva. Aliás, o inglês correu com o Nissan Skyline que o miúdo competiu no nacional, estreando o S14, somente na última prova, em Montalegre. André Silva revelou grande adaptação à nova máquina, mas apesar da boa réplica, não foi capaz de bater Luiz Lopez. Numa das outras batalhas desta etapa, estiveram frente a frente dois pilotos da "Falken Team" e Paul Cheshire deixou para trás Alan Green, isto depois de o terceiro piloto da equipa, Matt Carter, ter sido eliminado, na ronda anterior, por ter dado um toque em Danny Eyles. A batalha mais equilibrada destes 1/8 de final foi entre Hugo Fernandes e o irlandês Munnelly que precisaram de nova ronda para definir o vencedor. Na primeira passagem do desempate, o irlandês fez um peão para gáudio dos espetadores portugueses, que expressaram o seu patriotismo, apesar da simpatia que revelaram pelo piloto do MK2.
Nas meias-finais, Paul Cheshire fez logo um peão a abrir e Danny Eyles limitou-se a controlar a sua corrida, garantindo facilmente um lugar na final. Na outra batalha, Hugo Fernandes apostou claramente em vingar a derrota lusitana na noite anterior e vendeu cara a derrota para Luiz Lopez. Os dois teimavam em não ceder e só depois de duas rondas para desempatar, o espanhol ganhou pela diferença mínima.
A final foi rapidamente decidida, tendo Luiz Lopez feito o pleno na prova lousadense e repetiu o triunfo da noite de sábado, vencendo Danny Eyles, por 11-9. No apuramento do 3.º e 4.º lugares, Hugo Fernandes coroou o fim-de-semana com uma vitória autoritária sobre Paul Cheshire (12-8).
No final, Hugo Fernandes, mostrou-se, obviamente, satisfeito isto depois do nacional até nem lhe ter corrido de feição: "O campeonato nacional foi bastante complicado. Tive muitas avarias e houve provas em que nem sequer pontuei. Mas, este terceiro lugar de hoje é espetacular. Depois do azar de ontem, a minha equipa esteve fantástica e conseguimos arranjar a correia do alternador", disse o piloto que apontou a 1/2 final com Luiz Lopez como o seu melhor momento.
Hugo Fernandes confessou ter efetuado algumas melhorias Toyota Soarer, mas só ao nível de motor, mantendo a suspensão e o chassis, até porque "o que é bom não se mexe", mas o que mais o impressionou foi evolução do talento dos pilotos lusos: "Apesar das poucas oportunidades que os portugueses têm, nomeadamente na zona centro e sul do país, estamos todos de parabéns, pois mostramos um nível de condução de que ninguém estava à espera", disse o piloto lisboeta.
Também o espanhol Luiz Lopez mostrou-se surpreendido com a performance dos portugueses, em comparação com o ano anterior. O piloto do Nissan 200SX, depois do triunfo no duelo ibérico, venceu em Lousada a sua terceira corrida do Europeu, as outras foram em Paris (França) e Alcañis (Espanha). "Tudo correu na perfeição no fim-de-semana. O carro portou-se lindamente, eu estive bem e esta é uma vitória muito importante, no meu terceiro ano como profissional", disse o grande vencedor da terceira edição do Europeu de Drift, em terras portuguesas.
Carlos Mota
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